domingo, 4 de fevereiro de 2018

SEMELHANÇA COM CRISTO

No livro “Discípulo Radical”, John Stott, registra seu último sermão, cujo título é “Semelhança com Cristo”. Na ocasião ele está despedindo-se do profícuo ministério desenvolvido durante tantas décadas, como pastor, professor, evangelista e escritor. Assim, ele inicia sua fala com uma interrogação que a pesar de ter sido feita a tantos anos ainda nos faz pensar e, nos incomoda. A pergunta é: “O que vem depois de nos convertermos?” 
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 Penso ser de extrema relevância que como discípulos de Jesus, de hoje, também nos inquietemos com a mesma interrogação que sempre incomodava e ao mesmo tempo encorajava a John Stott, desde sua juventude. Após muita introspecção e reflexão o reverendo Stott, chega a seguinte conclusão: “...Semelhança com Cristo é a vontade de Deus para o povo de Deus”. Mas como nos tornarmos semelhantes ao nosso salvador? Stott diz: “ Se afirmamos ser cristãos, devemos ser como Cristo”. Mas se ainda não vivemos o evento final, quando seremos transformados e nos tornaremos a humanidade perfeita, a questão é: Como sermos como Cristo agora? Stott, responde:
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 DEVEMOS SER COMO CRISTO EM SUA ENCARNAÇÃO:

Esta afirmação do reverendo Stott, me levou a escrever um capítulo em meu mais recente livro “FÉ ENCARNADA: Por uma espiritualidade genuinamente integral” com o título: “A Encarnação de Cristo como Paradigma da Missão”. 

Assim, comento: 

Pensando nisso, caminho na direção de que uma igreja que deseja ser imitadora de Cristo, indubitavelmente, precisará viver uma Fé encarnacional, isto é, ela sem deixar de ser igreja, sem perder a sua essência, sem abrir mão de seus valores e princípios, precisa assumir o seu papel no mundo. Uma igreja que seja intramundana. Que entenda que não está no mundo por acaso, mas com objetivos traçados e definidos por Deus. Que de fato se encarne na realidade humana com todas as suas demandas, contradições e etc. Uma igreja que seja ao mesmo tempo espiritual, mas, também, carnal, no sentido de humana. (OLIVEIRA, 2017:33)
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 DEVEMOS SER COMO CRISTO EM SEU SERVIÇO:

Stott comenta que “não devemos considerar nenhuma tarefa simples ou humilhante demais”. Neste ponto ele faz uma exposição de Jo 13.14-15, quando Jesus  cingiu-se com uma toalha, tomou uma bacia com água e lavou os pés de cada um dos discípulos. Chamo isto de Pedagogia da Bacia!
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 DEVEMOS SER COMO CRISTO EM SEU AMOR:

Para Stott todo o nosso comportamento deve ser balizado pelo amor. Amor de Cristo não se restringiu a um belo sentimento pelo próximo. Não é o amor pintado em quadros, ou mesmo, expressado por filósofos e poetas. Ao  citar Efésios 5.2 o reverendo Stott de que o amor de Cristo foi sacrificial. Portanto amor é mais do que sentimento é prática. Lembremo-nos que “Amar exige sacrifício”.
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 DEVEMOS SER COMO CRISTO EM SUA LONGANIMIDADE:

Aqui neste ponto o autor afirma que o discípulo de Jesus deve ser longânimo. Para isso, algumas vezes teremos que suportar o sofrimento sem pagar o mal com o mal. É interessante pensar, que ser longânimo não implica em abrir mão do princípio da justiça do Reino de Deus. Pensando nisso, compartilho, uma citação do livro “Fe Encarnada: por uma espiritualidade genuinamente integral, onde no cap. 3 cujo título é: “A Relevância de Tiago para o Século XXI”,  saliento:

Tiago foi líder da igreja em Jerusalém no primeiro século. Irmão de Jesus, ele tornou-se um proeminente pregador. Liderou o importante Concílio da cidade registrado em Atos dos Apóstolos cap. 15. Seus ouvintes o chamavam de Tiago, o justo, por ser alguém de caráter ilibado e, sobretudo, por de forma veemente condenar a opressão, a injustiça, e a violência praticadas contra os menos favorecidos. (OLIVEIRA, 2017, P. 39)
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 DEVEMOS SER COMO CRISTO EM SUA MISSÃO:

Aqui o autor comenta Jo 17.18; 20.21; A oração de Jesus ao Pai pelos seus discípulos reserva-lhes uma missão. Neste sentido ele diz: “Em que sentido? As palavras-chave são “enviei ao mundo”. Isto e, como Cristo teve de entrar em nosso mundo, nós também, precisamos entrar no mundo de outras pessoas.” (STOTT, 2011, P.28) . Stott conclui dizendo que “toda missão autêntica é encarnacional”

 Enfim, Stott, conclui o capítulo registrando 3 consequências práticas de suas considerações: 1ª O sofrimento, algumas vezes, pode ser parte do processo de Deus para nos fazer como Cristo; 2ª Nossa evangelização as vezes é fraca porque não nos parecemos com o Cristo que proclamamos; 3º O Espírito Santo é o único capaz de nos capacitar e empoderar para cumprirmos o propósito de Deus.
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 Deus nos ajude!
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Pr. Valtenci Oliveira

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