segunda-feira, 12 de março de 2012

Neemias - Reavaliando seus objetivos



Estudei nesse final de semana sobre o capítulo sete do .livro de Neemias  Como em todo quadrimestre foi uma lição abençoadora sobre liderança cristã. O que passo a escrever abaixo é um resumo do que aprendi em sala de aula.


1 SUCEDEU que, depois que o muro foi edificado, eu levantei as portas; e foram estabelecidos os porteiros, os cantores e os levitas. 2        Eu nomeei a Hanani, meu irmão, e a Hananias, líder da fortaleza, em Jerusalém; porque ele era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos. 3 E disse-lhes: Não se abram as portas de Jerusalém até que o sol aqueça, e enquanto os que assistirem ali permanecerem, fechem as portas, e vós trancai-as; e ponham-se guardas dos moradores de Jerusalém, cada um na sua guarda, e cada um diante da sua casa. 4 E era a cidade larga de espaço, e grande, porém pouco povo havia dentro dela; e ainda as casas não estavam edificadas.  5      Então o meu Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres, os magistrados e o povo, para registrar as genealogias; e achei o livro da genealogia dos que subiram primeiro e nele estava escrito o seguinte: 6 Estes são os filhos da província, que subiram do cativeiro dos exilados, que transportara Nabucodonosor, rei de Babilônia; e voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade. 7 Os quais vieram com Zorobabel, Jesuá, Neemias, Azarias, Raamias, Naamani, Mordecai, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum, e Baana; este é o número dos homens do povo de Israel.

A avaliação é uma atividade corriqueira para quem projeta alguma coisa ou deseja chegar a algum lugar. O próprio Cristo em Lucas 14:28-31, reafirmou essa verdade. A avaliação está presente no trabalho do professor, médico, engenheiro, em fim em todas as profissões, bem como no coração de Deus. É agradável a Deus um servo que zela por sua casa e isso se dá concretamente através do planejamento de suas ações, afinal, maldito o homem que faz o trabalho do Senhor relaxadamente [Jeremias 48:10].

Quando lemos o livro de Neemias fica claro o seu empenho na reedificação dos muros de Jerusalém, não só por razões políticas, mas, espirituais. O capítulo sete nos ensina que todo projeto de trabalho deve ter um objetivo e de modo algum podemos tirá-lo de foco. Se deixarmos levar pelas dificuldades que aparecem no decorrer da obra [o cansaço, o imprevisto, os inimigos.], fatalmente não alcançaremos a meta proposta [para Neemias seria a restauração do nacionalismo judaico e a espiritualidade do seu povo]. Aqui fica a pergunta, o que fazer diante das circunstâncias adversas?
O capítulo sete nos fala de um momento de parada para reavaliação do trabalho e prosseguimento da obra.

“Ora, uma vez reedificado o muro e assentadas as portas, estabelecidos os porteiros, os cantores e os levitas, eu nomeei Hanani, meu irmão, e Hananias, maioral do castelo, sobre Jerusalém. Hananias era homem fiel e temente a Deus, mas do que muitos outros”. [Ne 7.1-2]

Ante de continuarmos, gostaria de fazer uma pergunta. Em que outros momentos Neemias teve que parar o que estava fazendo para avaliar suas próximas ações?

a.       Quando soube da situação de Jerusalém - Ne 1.4 – “Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus”.
b.      Quando chega em Jerusalém e toma pé da situação estrutural da cidade – Ne 2.11-18.
c.       Quando toma conhecimento da opressão que os magistrados e nobres exerciam sobre o povo – Ne 5.
d.      Quando é concluída a primeira etapa do seu trabalho – Ne 7.

A avaliação fazia parte do fazer de Neemias. Será que é também do nosso? Alguns líderes seculares ou espirituais têm pavor de se submeter a uma avaliação por parte da comunidade. No entanto, esse recurso é um ótimo termômetro para dizer como anda nosso trabalho [relacionamento interpessoal, projetos, ganhos, perdas, ameaças etc.] e o que devemos fazer para melhorá-lo.

Voltando ao capítulo sete de Neemias. Os muros, as portas, as pessoas que fariam fluir o trabalho já estavam apostos, agora faltava decidir sobre a liderança desta grande obra? No versículo dois aparecem dois nomes:

·         Hanani – irmão de Neemias que ficaria responsável pelo governo de Jerusalém.
·         Hananias – Maioral do castelo que ficaria com a pasta da segurança pública.

É bom que se diga que esses nomes não foram escolhidos por Neemias. Eles foram indicações da comunidade, foram pessoas testadas e acharam-se competente para exercer a missão a eles proposta. Veja o caso de Hanani:

ü  Veio com Esdras na primeira leva de judeus no pós-exílio. Ele certamente deixou para trás tudo que havia conquistado em Babilônia. Era alguém que acreditava na restauração de Israel e não só isso, era um homem de ação. Trabalhou com os pioneiros na reconstrução do templo e enfrentou com eles a oposição dos inimigos do seu povo. Seu irmão permaneceu em Babilônia a serviço do império persa. Esse ponto merece uma breve análise. O homem de Deus no momento certo e no lugar certo. Se Neemias tem acompanhado seu irmão a história de Israel poderia ter tomado outro rumo e provavelmente seria retardado o projeto da reconstrução.

Desafio: Ficar ou lutar pela herança prometida por Deus? O que seria mais cômodo para Hanani? O que é mais cômodo para o irmão?

ü  Como descendente de Davi alimentava o sonho de uma autonomia política. A idéia de ser liderado por um nacional e da linhagem direta do rei de Israel era mais agradável do que a liderança de um estrangeiro.
ü  Quando aconteceu o conflito narrado em Ed 4. 23-24 é Hanani que vai à Babilônia interceder por Israel. Hanani foi reivindicar algo para sua gente numa situação nada fácil. Você se voluntaria?

“Então, depois que a cópia da carta do rei Artaxerxes foi lida perante Reum, e Sinsai, o escrivão, e seus companheiros, apressadamente foram eles a Jerusalém, aos judeus, e os impediram à força e com violência. Então cessou a obra da casa de Deus, que estava em Jerusalém; e cessou até ao ano segundo do reinado de Dario, rei da Pérsia”. [Ed 4. 23-24]
“AS palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de Quislev, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, Que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém. E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo”. [Ne 1.1-3]

Como vemos a ação de Hanani frente a seu povo é que o capacitou para a tarefa de governar Jerusalém. Não foi, portanto um ato de nepotismo tão comum a vida política nacional. O outro auxiliar de Neemias foi Hananias. O texto bíblico nos informa que Hananias era um:

1.       líder da fortaleza.
2.       homem “fiel e temente a Deus”.
3.       homem piedoso e prudente em seus atos – Apesar do texto não afirmar diretamente, fica subtendido.

Portanto, capaz de cumprir a missão de proteger a casa do governador e garantir a segurança interna e externa de Jerusalém. Se lermos o capítulo seis de Neemias, veremos que existiam razões suficientes para a casa do governador ser rigorosamente vigiada.

3 “E disse-lhes: Não se abram as portas de Jerusalém até que o sol aqueça, e enquanto os que assistirem ali permanecerem, fechem as portas, e vós trancai-as; e ponham-se guardas dos moradores de Jerusalém, cada um na sua guarda, e cada um diante da sua casa. 4 E era a cidade larga de espaço, e grande, porém pouco povo havia dentro dela; e ainda as casas não estavam edificadas”. Ne 7.3-4

Neemias não só acolheu os novos líderes, mas também orientou e organizou o povo, delegou responsabilidades, fazendo-os participarem da própria segurança da cidade, ou seja, envolvendo todas as pessoas em seu projeto de trabalho, treinando sua gente e estimulando o aparecimento de novos líderes.
Os guardiões das portas [Os levitas e os cantores do templo eram encarregados de abrir e fechar os portões da cidade] e os guardiões dos muros [Função dividida com as famílias que habitavam próxima ao muro] são exemplos de sua ação administrativa.

O projeto de reconstrução ia além das muralhas e da reurbanização, mas da restauração espiritual.

a.        Muitos se misturaram pelo matrimônio aos gentios [Ed 10].
b.       Muitos ficaram na babilônia.
c.        Muitos não se interessaram pela herança paterna e não foram achados dignos de exercerem funções na casa de Deus.

Neemias sensível a vontade de Deus promove um recenseamento. Ele não age como Davi que foi influenciado por satanás [1Cr 21.1].
·         Ele busca a vontade de Deus para sua vida e para a vida do seu povo.
·         Em sua ação ele encontra um documento da época de Esdras [Ne 7.6-69], o que favoreceu a recontagem dos israelitas e a montagem da árvore genealógica de cada família.

Neemias obtém sucesso em sua missão exatamente porque sempre colocou a vontade de Deus em primeiro lugar. Meu irmão essa verdade também vale para sua vida. Veja o que está escrito no livro de Jó 22.26-30. Aquele que descansa no Senhor, que vive dentro da sua vontade prospera em tudo que lançar mão. As conseqüências do ato de Neemias foram várias, vejamos:

1.       Os impuros estão desqualificados [7.61-65].

·         Os líderes que não estavam de acordo com as normas sacerdotais foram afastado de suas funções.
·         Um líder espiritual tem que dá evidência do Novo Nascimento e da Firmeza Doutrinária. Só um líder com essas especificações é que podem servir de modelo para seu grupo.

2.       Os verdadeiros líderes são reconhecidos.

·         Os novos líderes fariam parte do Conselho Deliberativo da Cidade [sentado na porta das cidades para julgar].
·         Os líderes das famílias são firmados pela sua participação na obra de Deus [ofertaram ao Senhor].
·         168Kg de ouro e 1.257 Kg de prata.
·         Eram exemplos de vida para seus familiares e comunidade.

3.       Os que trabalham são recompensados [Ne 7.70-73].

·         O serviço do templo era de grande importância para Israel. Esse trabalho não poderia parar sob risco do povo por falta de profecia se desviar do caminho de Deus.
·         Neemias sabendo da importância desse serviço provém um sustento com seus próprios recursos para os levitas e sacerdotes [8,4 kg de ouro, 530 mantos sacerdotais e 50 vasilhas próprias para o culto]. Desta forma incentiva o povo a ofertar para o sustento da obra [168kg de ouro e 1.14kg de prata].

Obs. Duas coisas me chamam atenção:

a.        O exemplo que um líder deve dar a seu grupo - Neemias ofertou do seu próprio recurso.
b.       O bom andamento do trabalho de Deus quando temos homens espirituais no comando do povo. A crise que se passava no capítulo 5 de Neemias não repercute mais neste momento. O povo pacificado, justificado, amado pelo seu líder, se sentindo útil na obra de Deus está disposto a ofertar ao Senhor. O contrário disto também é verdadeiro, ou seja, as contribuições, as ofertas, os dízimos somem na medida certa da aceitação do líder.  Com o exemplo de Neemias os que faziam a obra de Deus com honestidade foram abençoados [Ne 7.73 – Os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, alguns do povo, os servidores do templo e todo o Israel habitavam as suas cidades], assim como abençoavam o povo com os ensinamentos dos Senhor.

Conclusão.

Meu irmão hoje Deus te desafia a reavaliar seu projeto de vida.

a.        Como está tua vida espiritual?
b.       Tem levado Deus a sério em suas relações interpessoais quer seja na igreja, no trabalho ou no lazer?
c.        Tem diariamente separado um tempo para ouvir a voz de Deus através da oração e leitura bíblica?
d.       O que pensa construir tem colocado diante de Deus?

Neemias quando diante das circunstâncias diversas soube o momento certo de parar, reavaliar, tomar providências e, estão, prosseguir com segurança rumo à concretização de seu projeto. E você meu irmão?

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